sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RAJA YOGA - UM CAMINHO PARA A REALIZAÇÃO

Cada linha yogue nos auxilia a alcançar o equilíbrio de um determinado aspecto do nosso ser. A Hata yoga, por exemplo, trás equilíbrio físico e psíquico; a Bakti Yoga desenvolve o amor incondicional equilibrando nossas emoções; a Raja Yoga desenvolve o equilíbrio e o controle da mente. O yogue pauta sua vida de acordo com um código de ética específico constituído de 5 yama (mandamentos) e 5 nijama (regras). Nesta postagem citarei os 5 Yama. São eles: 1- INOFENSIVIDADE: Diz respeito a atitude física do homem no que tange a todas as formas de manifestação divina. Este yama pede que o yogue vença a ira. Essa conquista é alcançada através de 2 etapas: 1ª- Períodos de harmonização interior (transforma a ira pessoal em paz); 2ª- Através da compreensão de que cada filho de Deus encontra-se em um determinado nível de evolução e que as pessoas agem de acordo com o seu grau de consciência, o aspirante compreende o agressor e não se permite entrar na sua sintonia (transformação da ira em relação aos outros em paz). Podemos incluir neste yama a crítica pejorativa. Focar sua atenção nos erros dos outros só retarda a sua própria evolução. Respeite a capacidade de escolha de cada um. Tudo aquilo que vemos dentro de outro indivíduo com muita força, estamos forçando aquela característica dentro de nós mesmos. O esforço do aspirante para vencer este yama começa com ele mesmo, procurando desarraigar de sua própria natureza as sementes da ofensividade. Dessa forma ele desfruta da paz e os outros estão em paz com ele. Em sua presença até os animais selvagens sentem-se impotentes em virtude do seu estado mental. 2- VERACIDADE: Concerne ao uso da palavra e se refere a verdade. “Antes que a voz possa falar na Presença do Mestre, deve ter perdido o poder de ferir ou de enganar”. Se para o aspirante alcançar determinado objetivo na vida, ele tiver que mentir ou omitir, NÃO FAÇA, pois o que está oculto atrás da mentira ou da omissão é na verdade uma pedra no caminho impedindo a sua própria evolução ou a de outros. É dever do yogue se enxergar com clareza, assumir a verdade do seu coração com coragem e remover a pedra (a mentira) para que a luz possa passar. “A verdade vos libertará”. Muitos discípulos justificam sua incapacidade de lidar com a verdade alegando que o fazem para poupar alguma outra pessoa. Com esse comportamento eles estão na verdade impedindo a sua própria evolução, como também podem estar gerando um sentimento de insatisfação e tristeza no outro. Neste último caso o aspirante acaba gerando uma situação cármica por sua falta de clareza e terá que prestar conta oportunamente. A mentira e a omissão consiste no medo que o aspirante tem de não ser compreendido. O que ele deve ter em mente é que o outro pode compreendê-lo, o libertando do dilema. 3- NÃO ROUBAR: O yogue é justo e preciso em todas as suas coisas e não se apropria do que não lhe pertence. Este amplo conceito envolve mais que o fato de apropriar-se fisicamente das posses de outros. O yogue não furta no plano físico, astral ou mental; não reclama para si benefícios emocionais (atenção, amor, reconhecimento, etc) e nem os absorve quando não lhe pertence; não reclama por uma reputação injustificada; não assume o dever ou a popularidade de outro. Apropria-se estritamente do que lhe pertence. “Que cada um se atenha ao seu próprio dharma”. Quando o aspirante aprende a não desejar coisas ou situações apenas para si próprio, pode-se confiá-lo as riquezas do universo. 4- CONTINÊNCIA E CONSTÂNCIA Todo impulso ou desejo que ata o homem ao mundo das formas é considerado incontinência. Este yama trata do autocontrole do aspirante com relação a tudo o que diz respeito a matéria. A gula, o vício, o uso da energia sexual sem controle e a ambição desmedida atam o homem ao plano material. O verdadeiro yogui usa tudo o que diz respeito ao plano físico, porém de forma controlada. A inconstância dissipa a vitalidade do homem. As pessoas que não tem foco, ou seja, que não tem objetividade, possuem a saúde mais debilitada do que as outras que são constantes nas suas escolhas, portanto canalizam melhor suas energias sem dissipá-las. 5- DESAPEGO: O espírito encarna pelo desejo de assumir determinada forma. Quando não existe o desejo e a personalidade encontra-se purificada, os 3 planos inferiores não podem reter o yogui. O desejo constitui a teia com a qual forjamos nossa própria cadeia.